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Entenda a relação entre nutrição e o processo de cicatrização de feridas

A cicatrização de feridas é um processo complexo que envolve uma série de eventos moleculares, celulares e fisiológicos que dependem de muitos nutrientes, incluindo vitaminas e minerais. Por isso, a nutrição é um fator que pode influenciar na velocidade e na qualidade do processo de cicatrização1.

Se não cicatrizadas em tempo adequado, as feridas podem se tornar crônicas, sobretudo se não houver o suporte energético e proteico necessário para manter o metabolismo para a reconstrução do tecido. Feridas crônicas aumentam os riscos de infecção local, permitindo  uma atividade inflamatória e contribuindo para a formação de biofilmes, principalmente de origem bacteriana1,2.

 

Nutrição e cicatrização: o papel dos nutrientes

Uma nutrição adequada, além de melhorar a saúde em geral, é fundamental para uma cicatrização eficiente e rápida. Por isso, a terapia nutricional no paciente com lesão precisa garantir um fornecimento adequado de macronutrientes (proteínas, carboidratos e gorduras) e micronutrientes (minerais e vitaminas)2.

Como o processo de cicatrização eleva a meta calórica, é preciso também garantir uma ingestão calórica suficiente para que o corpo consiga ter energia para todas as suas funções  3.

 

Proteínas

As proteínas associadas a alguns micronutrientes, são importantes para a síntese de colágeno, proteína que compõe o tecido conjuntivo e que é fundamental para a cicatrização de feridas. Por isso, a deficiência deste macronutriente pode levar à desnutrição proteica, afetando negativamente a cicatrização3.

 

O que comer?

Carnes magras, peixe, ovos, leguminosas (lentilha, feijão e outros), leite e derivados, cereais, manteiga de amendoim, dentre outros3.

 

Vitaminas

As vitaminas são importantes para a função imunológica e também para a síntese de colágeno. Por isso, a falta destes nutrientes pode levar a um atraso na cicatrização. A vitamina C, por exemplo, tem papel fundamental na síntese de colágeno e a vitamina A atua na proliferação celular (crescimento do tecido)3.

 

O que comer?

Brócolis, frutas cítricas, kiwi, espinafre, morango, tomate, cenoura, queijo, ovos, manga e leite são algumas opções ricas em vitaminas A e C3.

 

Minerais

Os minerais são importantes para a formação de ossos, tecidos e fluidos corporais. A deficiência de zinco, por exemplo, pode levar a uma redução na atividade das enzimas necessárias para a síntese de colágeno, enquanto a deficiência de ferro pode levar à anemia e à diminuição da oxigenação do tecido3. O selênio, em contrapartida, contribui recrutando células de defesa para a ferida, protegendo-a2.

 

O que comer?

Carnes vermelhas (de preferências cortes magros), peixe, leite, ovos, vegetais de cor verde escura, frutas secas, pão integral e nozes são ótimas opções para uma ingestão adequada de minerais3.

É preciso reforçar que somente um profissional nutricionista pode recomendar a quantidade ideal de ingestão diária de nutrientes. Cada indivíduo tem suas necessidades energéticas e proteicas de acordo com suas condições clínicas de saúde. Por isso, não é recomendado seguir dietas prontas da internet.

 

Veja também: Como a alimentação para quem faz quimioterapia pode auxiliar no período de tratamento

 

Feridas crônicas e suplemento nutricional oral na cicatrização

Feridas crônicas são aquelas que, mesmo após o período adequado de cicatrização (cerca de 4 semanas) não se curam. Elas são mais comuns em lesões por pressão, úlcera do pé diabético, úlceras vasculares de membros inferiores e após cirurgias complicadas4.

Essa condição das feridas causa dor intensa, perda de função e mobilidade dos membros, depressão, ansiedade, isolamento social e outras consequências4.

Em um estudo de 2021, pesquisadores identificaram que o consumo de um suplemento nutricional oral especializado rico em prolina, arginina, vitamina A, C e E, zinco e selênio contribuiu significativamente para a cicatrização de feridas5.

Outro dado importante desse estudo é que o pico na eficiência de cicatrização ocorreu em torno da 2ª semana de suplementação, melhorando o processo em quase cinco vezes para pacientes não diabéticos e em quase três vezes para pacientes diabéticos. O uso do suplemento não interferiu na pressão arterial, nos níveis de glicose ou na função dos rins, se mostrando segura 5.

 

Dicas para uma nutrição adequada e boa cicatrização

 

  1. Inove sua alimentação

Experimentar novos sabores e combinações alimentares pode contribuir para uma nutrição adequada e, consequentemente, melhorar a cicatrização. Não limite a alimentação apenas a proteínas. Combine com carboidratos, fontes de vitaminas e minerais e gorduras saudáveis3

Por exemplo: um mingau de aveia com frutas, nozes e castanhas, combina carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais. Assim como, vitaminas que combinem frutas, leite e cereais, ou sopas de legumes variados com queijo3.

 

  1. Faça escolhas saudáveis

A ingestão calórica adequada fornece energia para manter o corpo funcionando, mas ela pode se adequar a escolhas saudáveis e nutritivas. Logo, carnes magras e fontes de gordura saudáveis, como abacate, nozes e queijo, são opções mais interessantes do que carnes ricas em gorduras, embutidos e margarina3.

No caso de pacientes diabéticos, devido ao maior risco de úlcera do pé diabético, é essencial controlar os níveis de açúcar no sangue, evitando o consumo de alimentos com esse item.3.

 

  1. Aumente a ingestão de água

A água mantém a hidratação do tecido e melhora a elasticidade2. Por isso, para aumentar a ingestão de água é preferível oferecer pequenas quantidades várias vezes ao dia, ou tomar agua flavorizada (ou seja, saborizada com frutas e ervas)3.

Fica fácil agora entender que a desnutrição é um fator que afeta negativamente o processo de cicatrização de feridas. Tal alteração está associado a deficiência de colágeno, problemas na função imunológica e na síntese de proteínas.

Desse modo, o tecido fica flácido e não cicatriza, aumentando o risco de infecções. Portanto, garantir uma nutrição adequada é um passo essencial na cicatrização de feridas, sejam elas recentes ou crônicas.

 

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Referências

  1. ALFAIA, Lorenny Santos da Costa et al. Validação de tecnologia educativa: suporte nutricional na cicatrização de feridas crônicas. Research, Society and Development, v. 11, n. 5, p. e4811527744-e4811527744, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/27744/24313. Acesso em março de 2023.
  2. GOLÇALVES, Laiany Nayara Barros. Protocolo de assistência nutricional para cicatrização de feridas. SUS; UNIVASF; EBSERH. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hu-univasf/acesso-a-informacao/normas/protocolos-institucionais/Assistncianutriconalparacicatrizaodeferidas.pdf. Acesso em março de 2023.
  3. CLEVELAND CLINIC. What To Eat When You’re Trying to Heal. 2023. Disponível em: https://health.clevelandclinic.org/foods-to-help-healing/. Acesso em março de 2023.
  4. DOS SANTOS, Kezia Cristina Batista et al. Qualidade de vida de pacientes hospitalizados com feridas crônicas. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 20, 2018. Disponível em: https://revistas.ufg.br/fen/article/view/54130/33263. Acesso em março de 2023.
  5. MEHL, Adriano A. et al. Hard-to-heal wounds: a randomised trial of an oral proline-containing supplement to aid repair. Journal of Wound Care, v. 30, n. 1, p. 26-31, 2021. Disponível em: https://www.magonlinelibrary.com/doi/full/10.12968/jowc.2021.30.1.26?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org. Acesso em março de 2023.